segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A Noite

Hoje, estrelas brilham mais que os olhos do gato que cortara a noite a minha frente
Parecem ignorar a fumaça da cidade...
Eu gosto quando tudo está assim
Calmo e sem movimento
O vento que bate é leve, fraco e lento
Mas parece assustar as flores
Que choram...
Quando o vento de lá, vem aqui lhes tocar
A lua surge aos poucos
Quando o sol já quer morrer
O cansaço que lhe afaga
Faz a lua aparecer
E a luz que disso brota
É tão lindo quanto a aurora
Aprecio... esperarei
O tão calmo andar das horas
Vagalumes e morcegos
Com a noite eu anoiteço
Faço parte disso tudo
Ao silêncio agradeço
É tão triste, é tão bom
Tão estranho, tão sem som...
A noite devia ser mais longa.
Pois é nela que ganho vida
Que te vejo nua, que me embriago
E que já no fim, durmo em teus braços
É dela que saem coisas que escrevo
Todos meus sonhos, até meus dias, meus pesadelos.
E quando ela parte, adormeço.
Surge então, a agonia
O último suspiro que precede o dia
Chegam as 5 horas...
A hora mais triste, a hora mais sóbria
Acho que triste, por junto a ela
Restar da noite, só uma brecha
Pra ir-se embora
Deixar-me só
Com falta dela.
Lá vem o sol
Lá vem o mundo
Acodar a cidade e seu barulho
Só perturbar minha solidão.