quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O meu amor por ti

O meu amor por ti, é indecifrável, forte e teimoso
Se faz de fraco pra ter tua ajuda
Fica inerte esperando a tua mão.
O meu amor por ti, é doente e problemático.
Parece falso ao dizer que te amo e irreal ao fingir não te amar.
O meu amor por ti, é alcoólatra, embriagado
É um amor viciado querendo atenção.
O meu amor por ti, é calejado
Maltratado pelo tempo e cheio de receio.
O meu amor por ti, se trancou dentro do peito
Jogou a chave fora e tem medo de aparecer
Fica no fundo desse quarto escuro cheio de sentimentos
Com medo de sair e morrer de uma doença qualquer.
O meu amor por ti, há muito tempo ao sair,
Ficou cego a luz do sol.
O meu amor por ti, já tentou suicídio
Tomou remédios, comprimidos
E só mais forte ele ficou.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"O tal beber"

Ele bebeu, bebeu, bebeu...
Bebeu muito!
Ele gosta de cerveja e se lhe convir, algo mais.
E pensou: em meu tudo, tudo é tão devagar...
A bebida é tudo pra ele.
E esse texto virou um grande perguntar.
Alcoolismo? Deveras.
Ele é um alcoólatra assumido.
Tenha o que tiver, venha o que vier.
Só precisa mesmo é beber.
Um pouco mais e mais, jamais um pouco menos.
E acha mesmo que todos bons homens deviam beber
Ou andar sempre embriagados.
Prezar pela verdade, sinceridade e boas idéias. (Quase sempre)
Ah, meu Deus. Tenha piedade por aqueles que se afogam no mar etílico.
Parte deles, como eu, só querem esconder a realidade fútil e mórbida.
O bêbado ingênuo, o chato, o alegre, o amável, o escritor...
À todos eles dou valor e muito.
Podre e mal criado é aquele que não conhece
Os prazeres sinceros do beber.
E vomitar? Não, não vou.
Eu posso fazer um texto ou uma canção.
Posso pensar em dores, aflitos ou paixão.
Mas vou ficar por aqui, escrevendo sobre nada
E o futuro "fazer rir".
Estes óculos, esta mesa, este computador, essas letras.
E essa vida toda pra se beber.
Que me afogue, que me sufoque.
Que roube o pouco que deixei.
A parte sóbria, a parte falsa.
A parte tola, burra e exposta.
Pra quem não merece, sinceramente, o tal beber.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Homem Bala

Era uma vez um homem bala que partiu em direção as nuvens.
Apoiado pela multidão, ouviu a explosão do canhão e subiu, subiu...
O vento forte trepidava a pele do rosto e toda sua roupa
Algodões gigantes eram cortados
Era como um cometa indo de volta pra casa
Totalmente livre.
De cima podia enxergar uma torcida organizada de pontinhos
Que agora já não parecia tão eufórica
O único som era o de uma atmosfera sendo cortada por um grande sonhador.
Mas no meio do caminho havia uma linda estrela brilhante
Que disputava a cena com a escuridão
E foi justamente nela que o herói mergulhou de cabeça
E caiu, caiu...
Pensou durante a queda que lhe faltavam asas
Que seria pecado se apaixonar por um brilho no meio do nada
E que estrelas existem apenas para serem admiradas
Tocadas jamais.
Por fim, atingiu o piso de frente, quebrou os ossos, o rosto e o coração.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Desconforto

Meio desconfortável estar por aqui sempre
Perto, pálido e quase transparente
Eu tenho andado assim.
Meus olhos se perdem no infinito
Como se observassem a loira de cabelos longos e vestido desbotado
Meio hippie
Que eu nunca poderei ter
De olhos azulados nos quais jamais poderei mergulhar.
Como eu queria estar por lá...
No meio da noite me tranco no sonho de um novo desejo
Um lugar novo, estranho e cheio de sortilégios
Com pessoas que me façam parecer um ingênuo aprendiz
Do álcool, do sexo, da confiança e da paixão.
Eu quero contar dias, horas e até minutos
Cada segundo que se perde eu engulo com angústia
Quero logo estar por lá.
Eu não sou muito de ficar por aqui
Queria só um pouco de disntância e privacidade
Pra que eu goze, beije e durma a vontade
Pra que o tempo todo seja só felicidade
Debruçada num copo de Montrachet.
Estou a ponto de vomitar em alguém
E esse trem que nunca vem
E sendo assim, eu vou como for
A pé ou como der
Passar alguns anos e voltar sozinho
Talvez assim eu goste ao menos
De quem aparece em meu caminho
E não só de mim.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Letargia

Quanto mais se vive a vida, mais ela te impede de viver.
Aquele velho jamais pensou em gritar.
Eu guardo em mim um câncer
Que cresce e toma conta do prazer
Eu jamais viverei 90 anos.
Tanto faz se lá fora a luz é forte
Se o vento faz bem
Se é bonito deitar na grama ao lado
Tanto faz.
Quero mesmo é esperar a terrível vontade de fingir
Rolar na merda e depois dormir a vontade.
Eu sou bem como eles não são
Nossa, como sou.
Não é que eu seja ruim
Eu tento muito gostar e achar o máximo
Mas perdi essa visão de diversão barata
Essa doce letargia
Me abraça, consome e até afaga.
Quer saber um segredo?
Você não tem graça alguma.
Não para mim.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Em paz com meu tormento

Depois de horas de ar gelado
Sinto o frio tomar de conta de todo meu quarto
Está de volta a velha amiga insônia
Minha querida e odiada paixão.
Eu tenho um desespero enorme que cultivei com o tempo
Está aumentando e possuindo a alma, o corpo e principalmente a calma.
Passo o dia pensando na hora de parar, a hora mais certa
A mente esvazia, e logo vem a terrível sensação de invalidez
O que eu tenho feito?
O que devo ser?
Eu vou tocando a loucura na ponta dos dedos
Um medo enorme de chegar bem perto e abraçar
Os intervalos sem respiração durante a noite
Me deixam sempre cansado
Sempre enjoado
Eu só me sinto morrer.
Porém, este é um texto de paz.
Faço as pazes com a loucura, a impaciência e ansiedade.
As noites são longas e eu passo assim
Sempre acordado
Pois se fecho meus olhos, minha mente se recusa a dormir.
Figurativa cocaína...
Medo que incomoda sem motivo algum
Sou um eterno dependente da minha pena por mim mesmo.
Quanto mais tento ser apaixonante
Mais percebo que sou apenas um contraste
De tristeza e felicidade
E eu só queria repousar
Ser um eterno sorridente
Sem pensar em nada.
Eu gosto do teu perfume, dos teus seios, cabelos, boca e pernas.
Mas o que quero realmente é que viva por mim
Pois esta vida não me pertence
Já a entreguei
Eu vivo só pra vegetar.