quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Aos olhos do poeta

Então, do nada, a chuva engrossou
Cristais vieram a cair
E refletindo a pouca luz do sol
Que inquieta a insistir
Aparecera dentre as nuvens
Refletiu-se um enorme colorido
A opaca paisagem apressou-se em fugir.
Era estranho, era lindo e tão fútil
Descrevi num papel tudo aquilo que ele contou
Desde o verde do céu, até o roxo nos homens
Então, do nada, a chuva passou
Viu todo o colorido descansar
Os cristais já derretiam
E minha mente a perguntar
Era verdade tudo o que via?
Ou será que assim enxergava
Por gostar tanto de poesia?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Descanso Noturno

Bebi um pouco esta noite
Demorarei um pouco a dormir
Acordarei um pouco cansado
E pensarei um pouco inibido

Traguei um tanto esta noite
Demorarei um tanto a dormir
Os meus pulmões um tanto irritados
Eu deveria um tanto mais ter bebido

O que há de bom pra se vê amanhã?
A lua de prata não quer me contar
Faz jeito e segredo com tanto mistério
Que creio que é contra o meu descansar.

A falta de sono talvez seja só
A vontade que tenho de estar só comigo
São horas da noite sentindo-me dó
O dó que eu vejo com a luz ir fugindo.

Lindo claro que aflora lá fora
Não vem avisar que a noite acabou
Não beija meu rosto com o quente do dia
Porque não incomoda quem já acordou?

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ei, doutor!

Ei! Tem algo errado aqui
Sabe dizer o que seria?
Tem gente estranha demais?
Tem gente idiota ou mesquinha?
Eu penso bem como você
Mas algo mais está sufocando
Não sei se o medo de "ser"
Talvez só o passar dos anos
Que estão deixando-me velho
Com o velho vem o rabugento
Então vai embora a calma
E a raiva que rasga por dentro
Oh vontade louca de dormir
Um tempo e somente acordar
Depois dessa fase ruim
Depois que o tempo passar
Ei, doutor! Passa-me um calmante?
Que possa fazer-me deitar
Acorde-me nos meus 25 anos
Dormir... deixar a vida passar...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Embebido

Oh! Tragédia!
Ele bebe demais
Impressionante seu entusiasmo ao beber
E não me preocupa tal bebedeira
Mas a sinceridade que adquire
Fala demais, demais as verdades
Verdades doem, cortam, sangram e racham
Tome menos vodka, tome menos vinho
Você quando bebe, se torna agressivo
De palavras e de olhares
Não diga à quem não quer ouvir
O que gostas de falar
Ser boêmio
Viver a boemia
Dia por noite
Noites por dias
E seguir assim rasgando
Sentindo ressacas
Sentindo remorço
Falando demais, falando de menos
Matando a sede
A sede roendo
Olhando com olhos
Que querem cortar
Então rasga.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Ao Amanhecer

Ao amanhecer ele ainda estava de pé
Uma noite longa que nem viu passar
Dias seguidos assim
Dias seguidos sem parar...
Constante, nervoso
Tirou-lhe o ar...
Noites sem parar.

Torcia pra dormir antes do sol aparecer
Beber, beber, beber
Todo nós bebíamos pra morrer
E agora, José?
O que vais fazer?
Suportar o insuportável
Curar com a fé o incurável
Pra que algum dia ainda
Sinta-se vivo para morrer